Texto de: Abreu Panzo

1. Impessoalidade
A impessoalidade remete a um aspecto fundamental: prende-se se à obrigatoriedade de que o pesquisador não privilegie nem prejudique ninguém, pessoalmente, já que o seu Norte é sempre o teste de hipóteses ora levantadas no seu trabalho. O princípio da impessoalidade nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao pesquisador que use informações obtidas legalmente.
Dessa forma, o princípio da impessoalidade exige que qualquer pesquisa seja realizada sempre com objectivos meramente académicos, ficando o pesquisador impedido de buscar informações aos inqueridos para outros objectivos, para além o mencionado na introdução do questionário.
Como alcançar a impessoalidade no seu trabalho de fim do curso?
- Jamais usar linguagem sarcástica, pomposa (ostentosa) ou refinada.
- Evite no máximo o emprego de verbo na primeira pessoa do singular ou do plural ( eu fiz, nós fizemos).
- Não utilizar gírias (calão ou linguagem comum) nem comentários exagerados que indiquem pessoalidade (bué de gente, “renovo meus votos de alta estima e apreço ilustre”, “ao cumprimentá-lo”).
- Não se inclua na comunicação (a pesquisa foi feita graças a minha diligência e inteligência e capacidade de organizar os conteúdos).

2. Formalidade e uniformidade
Para melhor compreender o significado da formalidade, vale vermos algumas dos sentidos do adjectivo “formal”. “Formal” é aquilo que obedece a formalidades, regras e padrões de tratamento protocolar; que é evidente, claro, óbvio, patente; que se atém a formas e fórmulas estabelecidas; que é convencional. Já a uniformidade é obtida quando se seguem determinados procedimentos, normas e padrões. Isso contribui para facilitar o trabalho de elaboração de textos científicos, dar-lhe celeridade e uniformidade institucional.

2.1 Atributos dos textos científicos
-Intransigentes na observância das formalidades ditadas pela civilidade – como a polidez, a cortesia, e o respeito por outrem.
- Claros, explícitos, com o seu conteúdo cabal e inconfundivelmente evidenciado desde a capa até aos anexos, de maneira que o entendimento seja fácil, completo e imediato.
- Rigorosamente conformes aos imperativos da língua culta formal e expressos sempre na forma documental que for a mais apropriada ao caso concreto, em meio físico ou digital.

3. Clareza e precisão
No seu trabalho científico precisarás dar preferência a palavras e expressões simples, em seu sentido comum, (não nos referimos a gíria) bem como a termos que tenham o mesmo significado na maior parte do território nacional e na língua vernácula, evitando-se o uso de expressões raras e complexas.
Em vez de:
judicioso, vernácula, colossal, execrável etc…
Escrever:
Inteligente, nacional, grande, detestável etc…
Construir frases objectivas, nunca demasiado longas, na ordem directa (sujeito – verbo – complemento), evitando-se inversões, intercalações e exageros sintácticos que possam gerar confusão em quem a posterior ler o seu trabalho.
Usar a pontuação de forma prudente, evitando-se abusos de carácter estilístico.
Evitar expressões, palavras ou construções frasais que confiram duplo sentido ao texto.

4. Concisão e harmonia
Transmitir em uma frase do seu trabalho o que não deve ser dito em duas para se evitar voltas desnecessárias.
Encontrar a palavra mais apropriada para representar a ideia que se deseja comunicar.
Evitar a repetição de palavras ou estruturas semelhantes no início de períodos e parágrafos em sequência.
Evitar o emprego excessivo de adjectivos, de modo a preservar a impessoalidade do texto.