Por: Abreu Nzuanga Panzo, 2021.
ESTRATÉGIAS DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS E DA SOCIEDADE NA ORIENTAÇÃO E PROMOÇÃO DE VALORES
A parceria entre família e escola é essencial para o crescimento da pessoa, pois essas duas instituições são responsáveis por preparar o indivíduo para actuar na sociedade. Desta maneira, esse item apresentar-se sobre a participação dos pais no quotidiano escolar.
De acordo com Rocha e Macedo, o envolvimento dos pais nas escolas gera efeitos positivos nos pais e nos professores, nas escolas e na sociedade. Os pais que contribuem frequentemente com a escola permanecem mais motivados para se submergirem nos processos de actualização profissionais e assim, aperfeiçoam a sua autoestima como pais.
A família exerce o principal papel na modificação da conduta dos filhos no meio social. É nela que a criança adquire conhecimentos para se adaptar em diferentes meios, independentemente da cultura e das regras impostas, pois a família é responsável por educar os indivíduos para viver em sociedade.
A aprendizagem proporcionada pela escola não compreende apenas o conhecimento social, mas também valores e ideais. A escola é o lugar onde ocorre a continuidade dos princípios familiares. Assim, a escola permanece encarregada de receber e orientar o aluno em complementação à educação da família, para que possa se acomodar no meio, da melhor forma possível.
O papel da escola encontra-se alicerçado nas questões relacionais, sociais, nas capacidades cognitivas, na habilidade de lidar com o novo. Por isso, compete à escola tornar o indivíduo um cidadão capaz de exercer a sua cidadania, bem como reconhecer seus direitos e deveres.
Sendo assim, família e escola devem educar como equipe para propiciar ao sujeito em desenvolvimento maior da segurança para enfrentar as dificuldades que são impostas pela sociedade. Desta maneira, entende-se que tanto o acompanhamento familiar interfere no desempenho da criança no contexto escolar e vice-versa. Por este motivo faz-se necessário trazer como referencial teórico neste artigo a discussão sobre a participação dos pais/ Cuidadores na escola.
A PARTICIPAÇÃO DE PAIS
A participação de pais na vida escolar dos filhos é reconhecida por muitos professores como um factor importante para o rendimento do aluno em sala de aula, influenciando, portanto no desempenho das actividades educativas. A escola apresenta a preocupação de levar o conhecimento científico ao aluno, dando continuidade e complementando a educação familiar. Para isto, preocupa-se como conseguir a adesão da família nas actividades escolares. De acordo com Patto:
Muitas atitudes tomadas dentro da instituição escolar, podem influenciar e aprofundar as dificuldades vividas por uma criança. Entretanto, muitas crianças apresentam algumas dificuldades que somente a escola, poderia observar e informar aos pais[15].
Para Anastácio, na educação deve haver conhecimento, disponibilidade, e empenho por parte da família em saber o que está acontecendo dentro da escola, reconhecendo e estimulando a aprendizagem da criança. Com isso, estará colaborando para o desenvolvimento da mesma.
Contudo, sabe-se que muitas famílias não participam efectivamente do quotidiano escolar dos filhos e, consequentemente, influenciam negativamente no desenvolvimento do aluno em sala de aula. Os educadores buscam estratégias para que os pais se envolvam mais no processo de aprendizagem através de reuniões, que são utilizadas para relatar o que acontece na escola e com o aluno e/ ou promovem actividades de integração entre pais e filhos. Apesar dos esforços, nem sempre os pais comparecem nestes eventos, frustrando as expectativas da escola.
Por isso, uma das formas mais utilizadas pelas escolas para que os pais participem do aprendizado dos filhos, é o dever da casa, que é uma forma para que possam perceber as dificuldades e o rendimento do filho. Para Carvalho:
Planejado como parte complementar do processo ensino-aprendizagem, o dever de casa não somente afecta o trabalho do docente, mas a vida dos estudantes fora da escola e sua rotina familiar, uma vez que a conexão entre as actividades de sala de aula e de casa promovem a aproximação familiar, em apoio as actividades escolares.
CONTRIBUIÇÃO DA SOCIEDADE
Falando da sociedade refere do Estado, família, escola, igreja ao reflectir sobre esse tema percebemos a importância dele em nosso dia a dia e que este deveria estar presente em todos os segmentos da sociedade, seja na política, na família e nos meios de comunicação, eles precisam continuar sendo os norteadores de todas as acções que atingem as pessoas. Para ser ético precisamos tomar consciência de nossos actos, agir com autocontrolo, ou seja, respeitando-se e respeitando as outras.
E preciso parar um pouco para reflectir, e assim nos tornamos pessoas sensíveis e mais sensatas, porque ela nos aproxima da realidade e nos torna mais conscientes das acções que praticamos em qualquer espaço da nossa vida. Actualmente a ética e a moral estão sendo relegadas por certas classes sociais e políticas, muitos valores estão sendo quebrados em prol do individualismo, ou seja, “cada um por si” e com isso ética e moral vêm perdendo o sentido.
Entretanto, na vida prática não existe o respeito ao homem em si, o que existe na consciência humana é o respeito a si mesmo, a busca constante para si próprio; não nos faltam exemplos em nossa vida cotidiana; todos nos deparamos e ouvimos por noticiários comportamentos reprováveis, e ai pensamos, será que ainda há uma sociedade que valoriza princípios éticos e morais? Se estes valores se perdem que tipo de sociedade teremos ou o que podemos esperar das futuras gerações.
Desde o nascimento nos é ensinado o que é certo e errado e a partir daí reproduzimos valores impostos pela sociedade. Isto quer dizer que agimos conforme regras impostas, sendo recompensados quando seguimos as regras e castigados quando as infringimos. Mesmos assim, somos livres para agirmos dentro dos limites impostos pela ética e pela moral. Esta liberdade parte do princípio do respeito aos direitos alheios.
A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA
A contribuição da escola na formação de um cidadão consciente de seus deveres e obrigações tem sido fundamental para a nossa sociedade. Todos nós tomamos diariamente dezenas de decisões. Fazemos escolhas, optamos, resolvemos e determinamos aquilo que tem a ver com nossa vida, em todas as esferas sociais .
A escola nos ensina a ser pessoas éticas em nossas acções e isso faz a diferença em uma sociedade, na qual uns dependem dos outros a todo instante. E sem dúvida ela a escola tem a função de preparar os indivíduos para o dia-a-dia. Cabe ao professor a grande tarefa de moldar caracteres para o presente e futuro. De um lado a visão romântica sobre cada um, resultante de uma moral instituída socialmente, como ocorre na maioria, o pensar e agir politicamente correcto. De outro uma visão realista, donde vêm à tona os reflexos de uma moral instituinte que se faz no dia-a-dia, traduzindo num abandono constante da ética.
Particularmente, desde a Idade Moderna, quando Deus deixou de ser tanto o fundamento indiscutível das normas morais, quando o ponto de referência para as decisões morais centrou-se no homem, a busca incessante por novas formas de legitimação, deve ser constante a cada dia.
Dessa forma fica evidente que as normas de conduta por assim dizer vão aos poucos se adequando a uma moral que historicamente deixa de ser cristã, e passa a ser regida por uma moral laica, na qual os julgamentos de valor são relativos e subjectivos. Os resultados nem sempre são agradáveis, e isso se reflectiu na dificuldade que os jovens tiveram em verbalizar o que pensam sobre os valores humanos. Mas parece que não só essas mudanças afectaram as relações sociais, como também as instituições familiares e educativas.
Vista sob outro ângulo a discussão sobre valores humanos adentram os mais variados espaços formativos dos quais se destacam a família e a escola, instituições socializadoras tradicionais.
A CONTRIBUIÇÃO DA IGREJA
Havendo estudado as origens e bases do cristianismo, a disciplina da Interpretação Bíblica da História tem como objectivo colocar o aluno a par de como a tradição bíblico-cristã entende os eventos passados, presentes e futuros. Mais do que mero conhecimento histórico e até profético, a intenção é reflectir a respeito da importância de nutrir confiança em Deus e em Seu cuidado pelo ser humano.
Enquanto as quatro disciplinas anteriores são mais de cunho filosófico, a disciplina Princípios da vida saudável tem implicação bastante prática. Nela pretende-se estudar os princípios de vida saudável numa perspectiva cristã a fim de desenvolver pessoalmente uma boa qualidade de vida. Faz parte desta disciplina a prospecção da saúde em suas diversas dimensões: física, mental, emocional, social e espiritual. Adoptando este discurso, estamos em sintonia com uma prospecção bem actual: de que é importante cuidar da saúde, a fim de ter qualidade na profissão e na vida.
Igualmente à anterior, a ética cristã diz respeito à prática da vida: discussão dos padrões éticos cristãos e suas implicações nas normas de conduta humana. Esta temática responde e contra-argumento a ideia de que os relativismos é uma resposta apropriada para tudo o que diz respeito à conduta ética e moral.
A disciplina de ciência e religião permite a discussão das relações entre as formas de conhecimento da ciência e da religião preparando o estudante cristão para desenvolver sua fé no mundo moderno, pois se entende que todo ser humano não pode dissociar seus princípios religiosos do mundo em que vive; em outras palavras, deve desenvolver uma fé inteligente, evitando que seu cristianismo seja classificado como anti-intelectualíssimo. Afinal, "pensar bem é parte integral do agir correctamente". Por outro lado, a disciplina pode alcançar os de mentalidade secular, que muitas vezes pensam não haver amparo científico para um conceito cristão das origens.
Finalmente, com a disciplina religiosidade e competência profissional pretende-se discutir como a formação religiosa pode tornar-se um diferencial positivo na vida pessoal e profissional. Assim, com este currículo, vemos uma grande oportunidade para transmissão de valores morais e espirituais para o desenvolvimento de um carácter sadio nos jovens estudantes.
CONTRIBUIÇÃO DO ESTADO
O estado tem o direito e dever de promover a moral e evitar a violência. Segundo Hegel, o espírito absoluto expressa-se e desenvolve-se na história, a qual é essencialmente história do homem. Este como ser sociável une-se espontaneamente aos outros. De tal modo surgiram as diversas organizações: a família, a sociedade civil e por fim o estado. O estado é uma instituição concreta que unifica e dá uma realidade mais alta a vida ética de seus membros individuais. Portanto, o estado é a ideia do espírito absoluto na manifestação externa da vontade humana e de sua liberdade.
O estado pode cumprir sua função essencial de garantir a paz, justiça, o bem-estar para todos, somente se dispõe de um governo respeitado e justo, o qual saiba fazer respeitar os direitos e fazer observar os deveres por parte de todos os cidadãos. Assim sendo o estado promove a paz social, gerindo a administração pública e aplicando os recursos na satisfação das necessidades colectivas. Promovendo a melhoria das condições de vida e bem-estar das populações, garantindo a estabilidade, equidade assumindo-se como dinamizador regulador, planificado e fiscalizador da actividade económica.
SOLICITE A BIBLIOGRAFIA COMPLETA VIA WHATSAPP, CLIQUE: AQUI
0 Comentários
Deixe o seu comentário ou sua sugestão aqui