ISSN: 2021-12AAnmtpmaP21

MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA EM ANGOLA

 1 Definição de Conceitos

v  Politicas Monetária

Segundo Alexandre A. Neto:

 “Política monetária é a inspeção da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, o meio de regularizar e inspeccionar ao máximo os escalões de preços para asseverar a liquidez ideal (harmonia) da filosofia económico do país. Para fiscalizar a moeda e a taxa de juros os poderes monetários (governos) utilizam-se das ferramentas directas e disfarçadas: Recolha Obrigatória, Redesconto Bancário, Transacções com títulos Públicos, Controle e Selecção de Crédito e Indução Moral.[1]

Assim sendo, Segundo Osias S. de Brito “a política monetária é o controlo do sistema bancário exercido por um governo na busca da estabilidade do valor da moeda, para evitar um balanço de pagamento adverso, para obter o pleno emprego”.[2]

Segundo Carlos Magno Mendes et all:

 “A política monetária diz respeito à actuação do Banco Central para dimensionar os meios de pagamento e os níveis das taxas de juros, adequando essas variáveis aos objetivos de crescimento da produção e do emprego, com estabilidade de preços. A actuação do Banco Central opera-se pela determinação do volume de reservas obrigatórias dos bancos, dependendo do comportamento do público e dos bancos em relação às quantidades de moedas que desejam reter”.[3]

Segundo a nossa acepção as definições apresentadas acima pelos diversos autores, a Política Monetária é o controlo da oferta da moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política económica global do governo.

      v  Taxa de Juros

Segundo Rogério G. Farias “Taxa de juros condiz a quantia de um empréstimo ou ao troco de uma aplicação num delimitado intervalo de tempo”.[4]

E na visão de Alexandre A. Neto “A taxa de juro representa o custo de utilização do dinheiro. É, portanto, o preço pago por alguém pela utilização de dinheiro que lhe foi cedido por outra pessoa”.[5]

v  Moeda

Segundo Friedman 1994 apud Juliano L. Pinheiro:

 “Moeda é tudo aquilo que é usualmente aprovado para pagar as transacções, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações, em concordância com esta acepção, toda coisa pode ser moeda, desde que acedida como maneira de pagamento. Ela é considerada o utensílio principal para que se consiga operar no mercado. Pois a moeda age como recurso de permuta.[6]

Baseando-se na definição acima referenciada nota-se que a moeda é o conjunto de activos financeiros de uma economia que os agentes utilizam em suas transacções.

Outrossim, Osias S. de Brito acrescenta que” a moeda cumpre a função como unidade de conta  (também denominado de denominador comum de valor), isto é, provê um modelo para que as demais mercancias exponham seus valores, e proporcionem um referencial para que os  valores dos ademais artigos sejam taxados no mercado”.[7]

1.2 Evolução da Teoria Monetária

Enquanto presidente do conselho de directores do Federal Reserve System entre 1979 e 1987, Paul Volcker foi muitas vezes considerado a segunda pessoa mais poderosa dos E.U.A, Volcker e companhia desencadearam as recessões “duplas” 1979-1980 e 1981-1982, dominando uma inflação de dois dígitos em 1979 e 1980 e levando a taxa de desemprego aos dois dígitos pela primeira vez desde 1940.Volcker proclamou entoa a vitoria sobre a inflação e conduziu a economia através de um longo período de recuperação durante os anos 80, fazendo descer o desemprego abaixo dos 5,5% meio ponto percentual menos do que o verificado durante a expansão de 1978-1979.[8]

O poder de volcker advinha-lhe do facto de estar a fazer política monetária. A política monetária tem sido objecto de uma acesa controvérsia entre duas escolas economias, a monetarista e a Keynesiana, embora estejam de acordo quanto aos objectivos, essas duas escolas discordam, quanto às prioridades, estratégias, metas e tácticas, ao explicar como funciona.

Segundo David R. N. Handerson & João Cesar Alguns objectivos comuns entre poucos monetaristas de ambas escolas eram:

1.   Em primeiro lugar, nada de ciclos económicos, a produção- medida pelo produto nacional bruto real (ajustado pela inflação) - cresceria a ritmo regular, a par e passo com a capacidade da economia e a sua força de trabalho.

2.   Em segundo lugar uma taxa de inflação estável e baixa, preferencialmente de zero.

3.   Em terceiro lugar, as mais elevadas taxas de utilização de capacidade e do emprego, em conformidade com uma tendência para a estabilidade.[9]

A fim de o leitor entender a teoria monetária em sua conspecção doutrinaria , há que se remeter à tradicional Doutrina Quantitativa da Moeda e a sua concepção de moeda (dinheiro) embutido. A definição de moeda para a hipotética numerologistas é que esta predomina somente um recurso de permuta. Tal conceito ainda é uma premissa para as correntes doutrinariam.

Segundo Fernando J. C. de Carvalho a partir dos anos 60 tem se tornado cada vez mais claro que teorias que dicotomizem factores reais e monetários na explicação da dinâmica capitalista e que releguem os últimos a uma posição secundária não dão conta satisfatoriamente dos processos capitalistas.[10]

1.3 O FLUXO DE FUNDOS NO SISTEMA FINANCEIRO

Quando a procura de liquidez (de moeda) excede a oferta, tal significa que o mercado financeiro se encontra seco e enxuto.[11]

Segundo António M.S. Ferraz :

“Por Sistema Financeiro "SF", entendemos o cunjunto de instituições, instrumentos e mecanismos que permitem que permitem canalizar os excedentes financeiros (oferta de fundos líquidos dos agentes económicos superavitários (os aforradores líquidos, ou seja, os agentes com capacidades de financiamento), para os agentes económicos deficitários (os investidores líquidos, ou seja, os agentes com necessidades de financiamento), de forma a que este processo se processe em conformidade com as necessidades daquele último tipo de agentes quanto a prazos (estabilidades de fundos líquidos) e custos (o preço destes fundos é expressos pela taxa de juros de mercado) e, em símultâneo, de acordo com os interesses dos agentes aforradores líquidos, em termos de risco, liquidez e remune-ração”.[12]

Neste sentido,  conforme a definição, a eficácia do "SF" deve-se afenir pela sua capacidade em captar poupanças geradas na economia por via de existência de uma oferta de instrumentos financeiros (diversificada e suficientemente concorrente face às alternativas de aplicação de fundos, como por exemplo, consumo de bens e serviços e os activos monetários expressos em divisas), de molde a canalizar os recursos financeiros disponíveis para o investimento produtivo, factor indispensável em qualquer processo de crescimento e desenvolvimento económico. O esquema a baixo demonstra o fluxo de fundos num istema financeiro identico ao de Angola.

  1.3 A concepção das diversas escolas sobre mecânicas de cedência da política Numismática.

Na sua doutrina Geral, Keynes faz reflexões relevantes acerca da transmissão da política monetária para as variáveis reais da economia:

Segundo Keynes, J. M.:

“Ao Inserir a moeda em nosso nexo causal poderemos ter uma fundamental idéia da maneira como as mudanças na quantidade de moeda interferem no sistema económico. Ainda que fique-se por esperar que, “coeteris paribus ” um incremento na cifra de moeda minore a taxa de juros, isto não sucederá se a predilecção do colectivo pela liquidez aumentar mais que a cifra de moeda. Finalmente, se o emprego ampliar, os preços sublevarão numa dimensão que obedece, em porção, da forma das funções da oferta e, em parte, da obliquidade da taxa de salários subir em termos monetários”.[13]

Esta visão de Keynes sobre os mecanismos de transmissão é uma crítica à interpretação contida na Teoria Quantitativa da Moeda.

A experiência da depressão do início da década dos 30’s revelava que, se a economia estivesse em fase crítica, as perspectivas de lucro fossem pessimistas, e a depressão, profunda, os empresários poderiam não tomar empréstimos. Logo, não seriam criados depósitos, e com isso nenhum novo dinheiro surgiria. Os bancos, nos anos 30’s, acumulavam reservas acima das necessidades, devido à falta de tomadores, à resistência em emprestar, ou ao desejo supremo de manter liquidez. Em metáfora que circulou nessa época, recordada por Galbraith, a política monetária agia sobre a economia como fosse uma mola. Você podia puxá-la, com resultados incalculáveis. Mas não era possível empurrá-la com esse instrumento.[14] Ainda segundo Galbraith, J. K:

“O problema com a política monetária agora estava claro. Podia tornar reservas disponíveis. Não podia fazer com que fossem levantadas por empréstimos, provocando a resultante criação de depósitos. Quanto à velha questão do fluxo de causação, agora estava claro que era o estado da economia que predominava, pelo menos em períodos de depressão. A oferta de moeda não afectava os preços e o comércio tanto quanto o estado da economia influenciava a oferta de moeda e o nível geral dos preços”.[15]

O parágrafo anterior nos faz a entender que a solução era tornar a criação e o uso da moeda uma necessidade, colocada pela política fiscal, e não mera vontade. A moeda não devia ser apenas ofertada, mas gasta, isto é, devia influenciar directamente o estado da atividade económica através dos gastos públicos.

Segundo Amadeo Eduardo “Keynes pretendia que sua teoria fosse, radicalmente, diferente das teorias de sobre inversão, de subconsumo, e de sub-poupança, já que atribuía a influência crucial à disparidade entre o investimento e a poupança”.[16] Deste jeito concordando com a visão de o autor acima referenciado, depreendia-se claramente de sua teoria que o objetivo da política económica deveria ser assegurar que os investimentos se mantivessem, no possível, iguais às poupanças; isto teria o efeito colateral da manutenção da estabilidade do nível de preços.

Segundo Harrod, R. F “Nesta matéria, aproximou-se mais de Knut Wicksell, a quem ele rendeu tributo; não cabe dúvida de que o processo de pensamento mediante o qual Keynes chegou a suas conclusões era independente, e não derivado do estudo de Wicksell”.[17]

A teoria clássica da moeda argumentava que somente se podia falar de nível geral dos preços, e de variações nesse nível, no caso de economia em que as transacções de mercado se realizassem através de moeda. Em economia de escambo, somente os preços relativos existiam, na proporção em que determinados bens eram trocados por outros. Daí, ela partiu para a afirmação de o que determinava o nível geral dos preços era a quantidade de moeda em circulação. Esta não afectava os preços relativos. O pleno emprego era atingido, automaticamente, através de ajustes relativos de preço.[18]

 Deste modo, o pensamento da escola dos novos-clássicos contribui para dar contornos diferentes sobre os mecanismos de transmissão. O pressuposto de que os agentes possuem expectativas racionais sobre as acções da autoridade monetária e que os preços na economia são flexíveis, reafirmaram a posição dos monetaristas de que a política monetária é ineficaz, quando previamente anunciada aos agentes. Restando um pequeno efeito de curtíssimo prazo, quando a autoridade monetária realizava alterações inesperadas na variável de controlo da política monetária.

Os novos-keynesianos, ao responderem à construção teórica da escola anterior, buscaram demonstrar a relevância da política monetária para a economia, assumindo que há rigidez de preços e que, mesmo sob a hipótese das expectativas racionais dos agentes, alterações na variável de controle provocam um efeito de curto prazo nas variáveis reais, afectando produto, renda e emprego. A ênfase desta escola, contudo, trata de identificar o papel do crédito na transmissão da política monetária. Actualmente, a escola novo-keynesiana influencia significativamente os pesquisadores que se dedicam a estudar os mecanismos de transmissão, dado a quantidade de textos científicos publicados que expõem conclusões teóricas e aplicações empíricas.[19]....

SOLICITE A BIBLIOGRAFIA COMPLETA VIA WHATSAPP, CLIQUE: AQUI

 

OU BAIXE O ARQUIVO NO FORMATO WORD, aqui  DEPOIS SOLICITE A PALAVRA PASSE VIA CHAT ON LINE