ISSN: 2021-12AAnprsP21
A compreensão do campo conceptual dos recursos humanos, passa pelo conhecimento da sua história e de figuras que de alguma forma tiveram um importante papel neste desenvolvimento até aos dias de hoje.
Neste
sentido, alguns autores delimitaram o seu campo de estudo sobre esta temática e
narraram as suas objecções a respeito, como por exemplo, Soares (2009, p. 8)
refere que com um contacto mais intenso entre a administração e a psicologia,
proporcionada pelas teorias humanistas a Gestão de Recursos Humanos, deixa de
se concentrar exclusivamente nas tarefas e passa a actuar também no
comportamento das pessoas.
Para
Carvalheiro (2011, p.25) o conceito Gestão de Recursos Humanos é recente. Antes
disso, segundo o autor, falava-se em Administração de Pessoal de forma
tradicional de gerir as pessoas nas empresas e não havia a preocupação com as
práticas de relacionamento pessoal, unicamente havia um interesse pelos
aspectos técnicos dos salários, avaliação, formação e compensação dos
empregados.
Por
outro lado, Motta (2011) contextualiza este dado histórico, reforçando que a
história da gestão de pessoas iniciou na Inglaterra a partir da Revolução
Industrial, isto é, no final do século XVIII, em que faz menção a várias
revoltas contra o sistema fabril pelo facto das relações trabalhistas ainda não
se encontrarem regulamentadas. De igual modo, faz realce a desigualdade social
que se registou naquela altura, especificamente no tratamento dos empregados,
nas condições de vida nas cidades Inglesas que eram assustadoras, marcados com
problemas sociais nomeadamente: epidemias de cólera, sujeira, pobreza, e
aspectos marcados com injustiça laboral, sendo que homens, mulheres e crianças
trabalhavam até 16 horas por dia nestas condições difíceis e precárias.
Em concordância com as ideias expostas acima,
Cabral (2010, p.8) completa que reagindo a essas condições de trabalho,
surgiram nessa época diversas associações sindicais, que tentavam mobilizar-se
no sentido de conquistarem melhores condições de trabalho para a primeira
mão-de-obra industrial.
Numa perspectiva mais recente, Serrano (2010,
p.8) afirma que entre 1800-1960 é dominada pela “gestão previsional dos
efectivos”, cuja função baseava-se na criação de serviços especializados para
tratar das questões sociais, contudo a maioria das actividades da função era
centralizada. As competências de tais serviços centravam-se essencialmente em
fazer cumprir as regras internas e a legislação; as práticas de GRH
restringiam-se ao recrutamento e à formação ministrada nos centros de
aprendizagem criados para suprir a ausência de mão-de-obra adequada à execução
das tarefas.
Porém, na linha de pensamento de muitos
autores assim como Chiavenato, I. (2000), dá mais enfase na evolução da área de
gestão de pessoas sugerindo deste modo, três momentos cruciais pelas quais
passa este processo, nomeadamente: as relações industriais, relacionadas à era
da industrialização clássica; a administração de recursos humanos, relacionada
à era da industrialização neoclássica e a gestão de pessoas, relacionada à era
da informação.
Na
época dos Departamentos de Pessoal e de Relações Industriais (1900 a 1950),
segundo o autor é caracterizada pela industrialização clássica, ou seja, nesta
era a estrutura organizacional era centralizada, em formato piramidal e a
departamentalização funcional. Os departamentos de pessoal surgem com objectivo
de se fazer cumprir as exigências legais, com especial destaque para as pessoas
que eram consideradas como recursos de produção e a actividade predominante era
operacional. O foco deste período era a relação entre a indústria e os
sindicatos.
Seguidamente
surge a segunda fase deste processo evolutivo, a chamada era da Administração
de Recursos Humanos (1950 a 1990), cujo foco principal pautava-se na
industrialização neoclássica, com início marcado no final da Segunda Guerra
Mundial, demarcada com uma estrutura organizacional mais flexível, propícia a
mudanças e as empresas passaram a busca pela inovação. As pessoas eram vistas
como recursos vivos da organização, é nesta fase que começaram a ser
desenvolvidas actividades tácticas, assim o desenvolvimento de subsistemas de
RH como Recrutamento, Selecção, Treinamento, Avaliação, Remuneração, Higiene e
Segurança no Trabalho.
Finalmente surge neste processo a Era da
Gestão de Pessoas (A partir de 1990), considerada a Era da Informação,
destaca-se neste momento uma intensificação da competitividade entre as
empresas e o conhecimento tornou-se o recurso mais importante. Nesta era o
trabalho manual foi substituído pelo trabalho mental e as empresas passaram a
terceirizar as tarefas operacionais com o objectivo de ter uma actuação
estratégica no mercado. É com base nestes termos que as pessoas passaram a ser
vistas como fornecedoras de conhecimento e as equipes de gestão passaram a
operar como consultoras internas orientadas para as actividades estratégicas.
Seguindo o mesmo princípio Pinto (2009, p.24) conclui afirmando, que na Era da Informação as pessoas não são mais consideradas como um simples recurso empresarial mas sim como seres dotados de inteligência, com características próprias e que podem contribuir muito para o desenvolvimento da organização, dessa forma, passou a falar-se em gerir pessoas de modo a constituir vantagem competitiva e deixar de ser um problema com que se preocupar.
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