Abreu Nzuanga Panzo[1]

NOÇÃO DA CIDADANIA

Esta breve consideração sobre a respectiva histórica do conceito cidadania permitem perceber que o mesmo tem vindo a sofrer alterações, um pouco em funções das evoluções e dos contextos sócias, políticos e económicos. Assim neste pressuposto, caminhando em direcção ao cerne do problema, colocam-se as seguintes questões, o que significa cidadania, o que é a educação para cidadania, qual é a diferença entre formação cívica e educação para cidadania.

Segundo o Jornal de Angola citando M. Azancot de Menezes: É pacífico definir pelo menos dois períodos na evolução do conceito da cidadania. O primeiro na Grécia, por volta do século IV a. C., e o segundo depois da revolução francesa em 1789[2]. Na Grécia vigorava um paradigma que tinha um carisma essencialmente político, valorizavam as virtudes cívicas e eram fundamentalmente baseados em obrigações e não em direitos. Neste período o estatuto de desigualdade era aceite, pois, as mulheres e os escravos não tinham os estatutos de cidadãos. No império romano, a sociedade fazia discriminações e separavam-se as pessoas. Existiam os romanos e os estrangeiros, as pessoas livres e os escravos, sendo que estes últimos não eram considerados cidadãos[3].

Os únicos cidadãos eram os nobres e os plebeus, mas, apenas os primeiros podiam exercer cargos políticos. Mas foi essencialmente com a revolução francesa em 1789 que começaram a surgir os conceitos como democracia igualdade e fraternidade. Grande parte dos países seguiram o exemplo da França nesta altura percebeu-se que o conceito de cidadania tem o seu primeiro desenvolvimento, com uma outra preocupação: a igualdade entre pessoas, a igualdade de participação de poder político, a igualdade perante a lei, e a emancipação feminina[4].

Antes, porém, queremos de uma maneira sucinta, expor a definição do cidadão. Cidadão é aquele que sabe que tem o direito e o dever de ajudar a tornar o seu país melhor e mais moderno e que sabe também que, para que isso aconteça, tem de participar nas actividade sócias, isto é, tem de fazer ouvir a sua voz, a sua opinião formando associações, exigindo aos sindicatos que defendem os seus interesses, lutando para que não se destroem a qualidade ambiental, para que se respeite a diferença para que se proteja o património, para que os que menos têm, não sejam excluídos só porque são pobres ou estão doentes[5].

A Cidadania é o respeito pelos outros, o comprimento das regras da sociedade e o exercício dos nossos direitos. É o conjunto de muitas coisas que, habitualmente, nem sequer relacionamos com ela[6].

É o caso da solidariedade, da tolerância, da cooperação, da responsabilidade, do civismo, do respeito pela liberdade alheia, da participação na vida colectiva, e do conhecimento rigoroso dos direitos e dos deveres que transformam os indivíduos em cidadãos.

Segundo Carla Marina: “A palavra cidadania é antiga e o conceito também, mas só a alguns anos, começo a estar presente no discurso dos políticos e de outras pessoas com responsabilidade pública”[7].

Quando intervéns na vida associativa da tua cidade, quando aderes a uma associação ecológica ou cultural, quando te juntas a amigos e colegas, para dar sentido a palavra solidariedade.

A Cidadania é base de um velho sonho, dos homens das mulheres poderem estar cada vez mais, próximos da igualdade de direitos e poderem cada vez mais governar-se a si próprios, em tudo aquilo que dependerem deles e da sua vontade democraticamente expressa através do voto e da livre expressão de opinião. Este sonho é muito antigo e nunca foi realizado plenamente, mas deram-se grandes passos neste sentido sobretudo durante o século XX[8].

A pior ameaça, da cidadania é a indiferença dos cidadãos perante a vida pública, a indiferença perante o conjunto de direitos e deveres que fazem dele cidadãos e a ideia perigosa de que a melhor maneira de se resolverem os problemas é cada um, tratar de si, e governar-se como pode[9].

 Segundo Beltrão e Nascimento citado por M. Azancot de Menezes: “ A palavra cidadania é considerada como a pertença (envolve a noção central da comunidade) e a participação (implica um sentido abstracto de lealdade, de ligação, a um conceito de Estado, de ordem social) nas actividades da comunidade ou dos grupos de comunidade”[10].

Ao consultar-se um dicionário de Língua Portuguesa da Porto editora pode ler-se a Cidadania significa qualidade de um cidadão; vínculo jurídico – político que, traduzido à pertinência de um indivíduo a um estado, o constitui, perante este estado, num conjunto de direitos e obrigações a essa condição.[11]

Em suma, a cidadania é um direito universal, e implica que todos os cidadãos, sem qualquer excepção de raça, credo, sexo, e ideologia, ou condição física e psíquica, tenham os mesmos direitos e iguais oportunidades no acesso a educação, a cultura, a saúde, ao bem-estar, ao lazer, ao trabalho.

É viver numa cidade sem barreiras de nenhuma espécie, onde todos podem olhar, o presente e o futuro com as mesmas expectativas. Deste modo, os Governos Provinciais têm um papel fundamental, devendo estar próximos das populações e consciente, dos problemas Municipais.

IMPORTÂNCIA DA CIDADANIA

Segundo M. Azancot de Menezes: “a cidadania é importante para aprendizagem e aquisição de atitude e competências que capacitam os indivíduos, qualquer seja a sua idade e condição, a inserção social e a participação activa nas actividades sócias[12]. A importância de educação para a cidadania é explicitada em oito pontos:

- Tem por base os princípios fundamentais dos direitos do homem, da democracia e do primado do direito;
- Faz particularmente referência aos direitos e responsabilidades, ao compromisso e a participação e a pertença, ao respeito da diversidade;
- Engloba todas as idades e todas as partes da sociedade;
- Visa dar aos jovens e aos adultos os meios de tomar parte activa numa sociedade democrática e consolidar assim a cultura democrática;
- Concorre para combater a violência e a xenofobia, racismo, o nacionalismo agressivo e a intolerância;
- Contribui para coesão social, e para o bem comum;
- Reforça a sociedade civil, a cidadãos avisados, bem informados democraticamente competentes;
- Deve ser diferenciada segundo os contextos nacionais, sócias, culturais e históricos.

A educação para a cidadania democrática deve ser encarada de forma pluridimensional, deveria revestir-se de uma dimensão social de aplicação dos direitos e responsabilidades dos cidadãos, uma dimensão cultural consciente e do respeito da pessoa humana, dos valores democráticos fundamentais assim como da história e do património comum e variado, (contributo para as relações inter- culturas pacíficas), uma dimensão social e económica da luta contra a pobreza.

A principal função das associações é, sem dúvida, uma função social: constituídas de membros solidários, elas visam à constituição de uma comunidade de interesses baseada na defesa de direitos sociais iguais. Elas visam à criação de formas de inserção social e de responsabilização, assumindo o papel de mediação entre os cidadãos e instituições[13].

Descobrir a relação que há entre a existência dos espaços públicos, especialmente as associações de moradores, e a promoção da cidadania (participação democrática) é entender o próprio exercício dos direitos do cidadão e sua participação na tomada de decisões. Além de compreender a sociedade como campo de interacções e conflitos.

OBJECTIVOS DA CIDADANIA

Um dos objectivos da cidadania é instruir-se a ser um bom cidadão, entre outras coisas, ensinar a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência, a cidadania incentiva o uso do diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida colectiva da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidas e desenvolvidas pela comunidade, portanto, podem e devem ser ensinados na sociedade.

Para que a comunidade possa aprender e assumir os princípios éticos, são necessários pelo menos dois factores: que os princípios se expressem em situações reais, nas quais possam ter experiências e conviver com a sua prática; que haja um desenvolvimento da sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de analisar e eleger valores para si, consciente e livremente[14].

Outro aspecto importante a ser considerado nesse processo é o papel activo dos sujeitos da aprendizagem, que interpretam e conferem sentido aos teores com que convivem na sociedade a partir de seus valores previamente construídos e de seus sentimentos e emoções. Tal premissa está de acordo com a visão de que os valores e princípios éticos são construídos a partir do diálogo, na interacção estabelecida entre pessoas imbuídas da razão e emoções, um mundo constituído de pessoas, objectos e relações multiformes, díspares e conflituantes. Enfim, a promoção de uma educação em valores deve partir de temáticas significativas do ponto de vista ético, propiciando condições para que as pessoas desenvolvam sua capacidade, tomem consciência de seus próprios sentimentos e emoções (e dos sentimentos das demais pessoas) e desenvolvam a capacidade autónoma de tomada de decisão em situações conflituantes do ponto de vista ético/moral[15].

Além disso, é necessário considerar o acolhimento dos estudantes, de suas diferenças, potencialidades e dificuldades, e o papel reservado a eles e a elas na instituição. O cuidado e a atenção com suas questões e problemáticas de vida precisam concretizar o respeito mútuo, o diálogo, a justiça e a solidariedade que queremos ensinar. Caso contrário, não estaremos dando nenhuma razão plausível para que os estudantes os aprendam e os pratiquem[16].

A ética da cidadania é a tarefa árdua, mas não impossível. Sem dúvida exige tempo, paciência e um esforço continua levado a efeito, em números sectores diferentes: que se abram “ágoras” de discussão, espaços de expressão que funcionem como microevoluções. A Salutar exigência da ética na política deve, por coerência se entender as relações de trabalho, à vida familiar e ao lazer, não apenas enquanto discussão, mas também na busca de formas de actuação. Afinal dissemos que democracia é polícracia: pois que aumentem os focos nos quais possamos exercer nossa cidadania[17].

COMPREENSÃO SOBRE A CIDADANIA

Partilhando da concepção aristotélica, os comunitaristas adjectivam o cidadão como detentor de virtudes voltadas para a esfera pública, em oposição a ênfase na acção individual que entende a cidadania como sendo direito de gozar, de prerrogativas, inclusive reconhecendo a possibilidade do indivíduo se ausentar do debate social, e restringir-se no espaço privados. Ser cidadão é sentir-se integrado a um todo maior, a uma comunidade[18].

Entendemos como cidadania, um estatuto concedido aqueles que são membros integrais de uma comunidade: todos aqueles que possuem status são iguais em direito e obrigações[19].

Melhor do que apenas não aceitar doutrinas que neguem a liberdade de outrem, injuriando a dignidade humana e engendrando a barbárie, é, além disso, promover uma reflexão filosófica que afirme a liberdade eticamente exercida de outrem, que suporte conceitualmente o ético exercício da liberdade humana, contribuindo com a afirmação da cidadania. Assim, ao lado da crítica que desvenda mecanismos alienadores e opressivos afirmam-se elementos filosóficos que permitem considerar a construção de novas relações humanas que ampliem as liberdades de todos.

Entre as disciplinas humanísticas necessárias à educação para a cidadania ressaltamos a importância da Filosofia que deve constar nos currículos escolares. O seu papel é formar pessoas com pensamento crítico, solidário, criativo, que saibam distinguir argumentos, fundamentar posições e tomar decisões, habilidades necessárias ao mundo prático. Não se trata somente de apreender conteúdos tecnológicos já elaborados, mas desenvolver a capacidade de compreendê-los, criticá-los e de produzir ciência. Trata-se de manejar estruturas de pensamento e resolver problemas, formando as condições básicas para o pensar em todos os campos, inclusive o tecnológico.

Assim, compreende-se a educação filosófica como capaz entre outros aspectos de formar pessoas que exercitem um pensamento criterioso, que desenvolvam simbioticamente interpretantes afectivos solidários, que aprimorem a criatividade na inteligibilidade e intervenção sobre os eventos dos quais tomam parte, que saibam distinguir argumentos ponderando os diversos elementos neles envolvidos e sua articulação orgânica, fundamentar posições em bases conceituais mais sólidas e tomar decisões por conta própria nas diversas esferas do mundo da vida[20].

 PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ORIENTAÇÃO DOS VALORES ÉTICOS

O Processo de orientação dos valores éticos pode ser compreendido como desenvolvimento intelectual, físico ou moral dos indivíduos com vistas a adaptação e a socialização. Para alguns autores os valores éticos podem ser divididos em valores éticos formais e valores éticos informais. A primeira referência ao aprendizado escolar possui objectivos claros e específicos, amplamente conhecidos. Já a segunda compreende uma forma mais difusa de transmissão de valores éticos, com menos características hierárquicas.

Assim os valores não formais podem ser entendidos no sistema de progressão, já que não é algo sistematizado. Nos dias actuais é difícil, comparar as forças destes dois tipos de valores que, muitas vezes, agem em direcções opostas: uma para formar e outra para informar[21].

O que é orientar? No sentido de a palavra orientar que discutimos, pode compreender tanto o processo de transmissão de conhecimentos, hábitos e valores, como também criar condições para que o sujeito experiencie o mundo. Orientar é acompanhar e influenciar de alguma forma, o desenvolvimento de aprendizagem, das capacidades físicas e intelectuais.

Alguns autores entendem que toda a actuação familiar transmite valores éticos para exemplificar esta ideia, podemos usar o comportamento dos pais diante do comportamento dos filhos. A forma como os pais reagem ou não, ensina a criança as consequências de seu comportamento, mesmo que esta não seja a intenção. Os Pais têm muita importância na educação dos filhos, pois são responsáveis por legitimar ou rechaçar conhecimentos e valores adquiridos pelas crianças no processo civilizatório. Exercem, portanto, importante mediação na relação da criança com o mundo[22].

Qual é o papel dos mais na transmissão de valores éticos? Independentemente da acção de uma vontade consciente, os pais estão sempre participando da orientação ética dos seus filhos: desde o começo da vida, quando o comportamento dos países pode influenciar a forma como os filhos irão se relacionar com o mundo e com as pessoas, um exemplo disto é a educação sexual, muitos pais acreditam que não influenciam o comportamento dos filhos, ou, pelo contrário tem total domínio sobre isto. A questão é que o comportamento dos filhos diz muito sobre a forma como os pais agiram sobre determinado assunto.

Pais que não passam estes valores educam para o silêncio. Pais que falam educam para a discussão. Isto é muito diferente, dizer que pais que falam sobre sexo, liberam os filhos para fazerem o que quiserem, como muitos tendem a crer. Comunicar-se com os filhos para o diálogo pressupõem que os pais tenham uma boa relação estabelecida com objecto de discussão ou, quando isso não acontece tenham coragem para ser sinceros e expressar limites e incapacidades.

ORIENTAÇÃO ESCOLAR NOS VALORES ÉTICOS

Com o surgimento das instituições de ensino, as escolas passaram assumir a total responsabilidade no sentido de educar e formar cidadãos para a sociedade. A escola precisa assumir seu papel social e individual na formação de seus alunos e de seus docentes: é uma acção social.[23] A escola passou a ser escolhida pelas famílias como órgão máximo para que seus filhos pudessem adquirir os conhecimentos científicos e filosóficos, com o objectivo maior de despertarem para uma profissão e se tornarem pessoas sucedidas.

No Início o que se esperava da escola era a transmissão de conhecimentos e o repasse de valores e ideologias do estado e da sociedade actual. Deveríamos educar nossos alunos para terem acesso as tecnologias e ao desenvolvimento urgente e acelerado do mundo globalizado. Como para Pillete, onde a educação existe na escola e fora dela. As duas formas de educação existem na escola e fora dela e para que a própria educação escolar se torne mais eficaz é necessário que professores e alunos tomem consciência do grande alcance dos processos informais da educação, que são permanentes na escola, e que os leve em consideração ao desenvolverem suas actividades, buscando a coerência entre o dizer e o fazer, entre o pensar e o agir, entre o sentir e falar[24].

 A escola é como um espaço de construção e reflexão de experiências importantes para a vida social do homem que contribuíram para o desenvolvimento de um indivíduo, nos aspectos afectivos sócias, filosóficos, e científicos, visando a preparação do mesmo para a construção de sua cidadania. Não se transmite valores nem se forma juízos de valores com situações abstractas, estes comportamentos são ensinados e abstraídos diante de vivências e práticas que nos levem a ter experiências e crescimento com elas[25].

A escola tem hoje, o ideal de ensino aprendizagem como a troca de saberes, ninguém é detentor absoluto do conhecimento, as relações ensinam e ajudam a desenvolver a identidade, a pessoa que se quer ser, o equilíbrio emocional que se quer ter e a maneira como se comportarão na fase adulta. É um trabalho semelhante ao das formigas que labutam no Verão desfrutam no Inverno chegar para desfrutar daquilo que se conquistou, pois, as mudanças e os frutos da maturidade do crescimento são usufruídos a cada dia, a cada escolha, a cada nova experiência.

A orientação escolar, não é, pois, um lugar de preparação para vida futura, mas é, em si mesma um lugar de vida que será preciso projectar a fim de que se manifestem as experiências que os alunos já têm e se possibilitem outras novas. O primeiro entendimento que se faz presente e necessário é que só podem pensar em atitudes éticas quando faz parte delas a preocupação com a formação de cidadãos – e não sub-cidadãos. Não nos parece exagero reconhecer que estamos vivendo um momento em que a ética está em crise[26].

AS INSTITUIÇÕES SÓCIAS NA PROMOÇÃO DA CIDADANIA

As instituições sociais que participam na promoção da cidadania são: o Estado, a família, a igreja e a escola.

· O Estado: É uma instituição para dirigir o País ou a Nação, dispondo de força para fazer cumprir as Leis e impor sanções a quem não as cumprir. O estado disponibiliza serviços públicos de qualidade; promover a execução de políticas de emprego; promover a educação e a formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores.

Num Estado há governantes e governados. Governantes são os que dirigem as coisas públicas. Devem governar de acordo com os interesses gerais, respeitando os direitos de cada um e de todos. Devem governar com honestidade para promover o progresso material, intelectual, moral e cívico da Nação. Os governados são aqueles que devem obedecer às instituições e as Leis e trabalhar cooperando no progresso do País[27].

Governo é a direcção visando o bem-estar comum. Quando não temos governo, se estabelece a anarquia. Há duas formas de governo:

1º. Monarquia: o governo é exercido por um só chefe (rei ou imperador), autoridade suprema, geralmente hereditária e vitalícia.

2º. República: o governo é exercido por chefes temporários, ou assembleias, eleitos pelo povo. É a Democracia = o governo do povo, pelo povo e para o povo. A República pode ser:

  • Constitucional: o Presidente tem seu poder limitado pela Constituição.
  • Representativa: o Presidente não pode fazer nem modificar nada nas Leis sem o concurso das assembleias eleitas pelo povo.
  • Absoluta: o Presidente pode modificar ou abolir leis.
  • Despótica: quando o Presidente não está sujeito a nenhuma lei fixa.

Actualmente as monarquias e as repúblicas são constitucionais representativas.

Há dois tipos de república Constitucional Representativa:

1. Presidencialista: onde o único responsável é o Presidente da República que governa com os Ministros de Estado por ele nomeados.
2. Parlamentarista: onde o Poder Executivo cabe aos Ministros que dependem do poder Legislativo.

As Repúblicas e Monarquias podem ser:

a) Unitárias: dependem de um governo central.

b) Federativas: são vários Estados com governos autónomos respeitando o poder central, expressos na Constituição.

A família: Várias podem ser as abordagens sobre o que se pode entender por família. Assim, de acordo com Fátima Viegas “ A família poder ser definida como sendo uma instituição social que une os indivíduos num grupo, que coopera para a prossecução de um objectivo comum e que consiste na criação e educação das crianças nascidas no seu seio”[28].

Do ponto de vista moral, a família é formada pelo pai, mãe e filhos isto é, por pessoas unidas pelos laços resultantes do casamento, na perspectiva econômica-política, a família é constituída por indivíduos que sob direcção de um chefe vivem na mesma casa; na ordem jurídica, a família é formada por aqueles que se ligam por parentesco quer este seja resultante do casamento, quer da família natural. E os Cidadãos participam democraticamente na vida colectiva; pagamento de impostos e da segurança social utilização dos serviços públicos (um bem de todos); respeito pela autoridade.

Nosso papel como cidadão consciente do impacto de nossas atitudes, reflecte em uma cadeia de factores responsáveis também pelo desenvolvimento sustentável mundial.

A Responsabilidade Social Individual deve ser trabalhada no sentido de direccionar o nosso senso crítico sobre a necessidade de uma mudança íntima, que contribua para a adopção de atitudes dignas, tendo bom senso e respeitabilidade para avaliar, julgar e exigir determinadas posturas de nossos governantes, empresários e demais protagonistas.

A Igreja: A Igreja é um grupo religioso organizado e institucionalizado. Como grupo religioso, uma Igreja abrange a comunidade dos crentes e geralmente o corpo de sacerdotes hierarquizados ou não. Como instituição a Igreja apresenta:[29]

-Um sistema de preceitos dogmáticos, ritos e crenças.

-uma comunidade dos crentes e os órgãos administrativos.

-um equipamento material que consta de templos, conventos e objectos de culto.

A igreja é um local onde devemos manifestar muito respeito. O seu papel na educação moral e cívica da população é de grande relevância com efeitos positivos directos na estabilidade social. Através da evangelização contribui para a reconstrução e revitalização das mentalidades a todos os níveis, passando pela educação moral e cívica, através de catequese onde as crianças e adolescentes iniciam conhecimento da fé, um viveiro para tomada de consciência de atitudes positivas de vida[30].

A escola: A Escola pode ser vista como um grupo social ou como instituição. Ou seja, por um lado ela é uma reunião de indivíduos com objectivos comuns e em contínua interacção. Mas é também uma estrutura mais ou menos permanente que reúne normas e procedimentos padronizados, altamente valorizados pela sociedade, cujo objetivo principal é a socialização do indivíduo e a transmissão de determinados aspectos da cultura e do conhecimento[31]. A escola também ensina a preservação do meio ambiente respeito pelas regras de tolerância e cortesia.

Através das Escolas é difundida a cultura (conhecimentos intelectuais, artes, ciências, etc.). As escolas procuram tornar o homem em um cidadão útil a si e à comunidade.

Além das escolas há outras instituições que divulgam a cultura e procuram formar cidadãos conscientes. São: o cinema, o teatro, o rádio, a televisão, entidades científicas, clubes esportivos e sociais, etc.

A escola é a continuação da educação de valores iniciados em casa. Na escola estes valores são consolidados e ampliados, aprofundados, fundamentados e ajustados ao novo ambiente da criança. Assim os valores como respeito, honestidade, franqueza, fidelidade, humildade e lealdade, são retomados a nível da escola[32].

 



[1] Docente Universitário e pesquisador, Angola. abreucongo@gmail.com

[2] Cf. AZANCOT, M. De Menezes, Reflexões sobre Educação, 1ª Edição, Editora Mayamba, Luanda, 2010, p.70

[3] Cf. Ibidem, pp.70-71.

[4] MARINA, Carla, Educação Moral e Cívica, Ed. Plural, Angola, 2010, p.73.

[5] Cf. Ibidem, p.65

[6] Ibidem, pp.67

[7] MARINA, Carla Op.cit., p.65-66.

[8] Ibidem p.67.

[9] Idem.

[10] AZANCOT, M. De Menezes,  Reflexões sobre Educação, …, p.71.

[11] Ibidem, p.71.

[12] Ibidem p.71

[13] Ibidem p.71.

[14] Ibidem, p.66.

[15] Ibidem, p.63.

[16] Ibidem, p.62.

[17] ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, Filosofia da educação. 2ª Ed. Editora moderna. São Paulo, 1996, p.188.

[18] BARBALETE, J. M., A cidadania, Lisboa, Editora Estampa, 1989, p.58.

[19] Ibidem, p.38.

[20]MANCE, Euclides André, O Filosofar como Prática de Cidadania, Edit. IFIL, 1998, p.5.

 

[21] ARANHA, Maria Lúcia de Arruda,  Filosofia da educação,  2ª Ed. Editora moderna, São Paulo, 1996, p.188.

[22]Ibidem, p.58.

[23] CHALITA, Gabriel, Pedagogia do amor, a contribuição das Histórias Universais para a formação de valores das novas gerações, Sã Paulo, Ed. Gente, 2003. P1.

[24] PILLETI, Nelson, Psicologia educacional, 17ªEd., São Paulo, Editora Ática, 2001, p.10.

[25] Ibidem, p.11.

[26] MOURA, Maria Aparecida, Educação científica e cidadania, abordagens teóricas e metodológicas para a formação de pesquisadores juvenis, Ed. Proex, 2012, p.32.

[27] KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1988, (UERJ), p.37

[28] KUNDONGENDE, João da Cruz, Crise e Resgate dos valores morais, Cívicos e culturais na sociedade angolana. Luanda, 2013, p.32.

[29] KANT, Immanuel, Fundamentação da metafísica dos costumes, p.45.

[30] NETO, T.S., História de educação e Cultura de Angola, editora Paulinas 2010, p.149.

[31] CHAUÍ, Marilena, Convite à filosofia, 4ª Ed. São Paulo, Ática, 1995, P.56.

[32] Ibidem, p.116


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