NOÇÃO DA CIDADANIA
Esta breve consideração sobre a respectiva histórica do conceito cidadania
permitem perceber que o mesmo tem vindo a sofrer alterações, um pouco em
funções das evoluções e dos contextos sócias, políticos e económicos. Assim
neste pressuposto, caminhando em direcção ao cerne do problema, colocam-se as
seguintes questões, o que significa cidadania, o que é a educação para
cidadania, qual é a diferença entre formação cívica e educação para cidadania.
Segundo o Jornal de Angola citando M. Azancot de Menezes: É pacífico
definir pelo menos dois períodos na evolução do conceito da cidadania. O
primeiro na Grécia, por volta do século IV a. C., e o segundo depois da
revolução francesa em 1789[2]. Na
Grécia vigorava um paradigma que tinha um carisma essencialmente político,
valorizavam as virtudes cívicas e eram fundamentalmente baseados em obrigações
e não em direitos. Neste período o estatuto de desigualdade era aceite, pois,
as mulheres e os escravos não tinham os estatutos de cidadãos. No império
romano, a sociedade fazia discriminações e separavam-se as pessoas. Existiam os
romanos e os estrangeiros, as pessoas livres e os escravos, sendo que estes
últimos não eram considerados cidadãos[3].
Os únicos cidadãos eram os nobres e os plebeus, mas, apenas os primeiros
podiam exercer cargos políticos. Mas foi essencialmente com a revolução
francesa em 1789 que começaram a surgir os conceitos como democracia igualdade
e fraternidade. Grande parte dos países seguiram o exemplo da França nesta altura
percebeu-se que o conceito de cidadania tem o seu primeiro desenvolvimento, com
uma outra preocupação: a igualdade entre pessoas, a igualdade de participação
de poder político, a igualdade perante a lei, e a emancipação feminina[4].
Antes, porém, queremos de
uma maneira sucinta, expor a definição do cidadão. Cidadão é aquele que sabe
que tem o direito e o dever de ajudar a tornar o seu país melhor e mais moderno
e que sabe também que, para que isso aconteça, tem de participar nas actividade
sócias, isto é, tem de fazer ouvir a sua voz, a sua opinião formando
associações, exigindo aos sindicatos que defendem os seus interesses, lutando
para que não se destroem a qualidade ambiental, para que se respeite a
diferença para que se proteja o património, para que os que menos têm, não
sejam excluídos só porque são pobres ou estão doentes[5].
A Cidadania é o respeito
pelos outros, o comprimento das regras da sociedade e o exercício dos nossos
direitos. É o conjunto de muitas coisas que, habitualmente, nem sequer relacionamos
com ela[6].
É o caso da
solidariedade, da tolerância, da cooperação, da responsabilidade, do civismo,
do respeito pela liberdade alheia, da participação na vida colectiva, e do
conhecimento rigoroso dos direitos e dos deveres que transformam os indivíduos
em cidadãos.
Segundo Carla Marina: “A
palavra cidadania é antiga e o conceito também, mas só a alguns anos, começo a
estar presente no discurso dos políticos e de outras pessoas com
responsabilidade pública”[7].
Quando intervéns na vida
associativa da tua cidade, quando aderes a uma associação ecológica ou
cultural, quando te juntas a amigos e colegas, para dar sentido a palavra
solidariedade.
A Cidadania é base de um
velho sonho, dos homens das mulheres poderem estar cada vez mais, próximos da igualdade
de direitos e poderem cada vez mais governar-se a si próprios, em tudo aquilo
que dependerem deles e da sua vontade democraticamente expressa através do voto
e da livre expressão de opinião. Este sonho é muito antigo e nunca foi
realizado plenamente, mas deram-se grandes passos neste sentido sobretudo
durante o século XX[8].
A pior ameaça, da
cidadania é a indiferença dos cidadãos perante a vida pública, a indiferença
perante o conjunto de direitos e deveres que fazem dele cidadãos e a ideia
perigosa de que a melhor maneira de se resolverem os problemas é cada um,
tratar de si, e governar-se como pode[9].
Segundo Beltrão e Nascimento citado por M.
Azancot de Menezes: “ A palavra cidadania é considerada como a pertença
(envolve a noção central da comunidade) e a participação (implica um sentido abstracto
de lealdade, de ligação, a um conceito de Estado, de ordem social) nas
actividades da comunidade ou dos grupos de comunidade”[10].
Ao consultar-se um
dicionário de Língua Portuguesa da Porto editora pode ler-se a Cidadania
significa qualidade de um cidadão; vínculo jurídico – político que, traduzido à
pertinência de um indivíduo a um estado, o constitui, perante este estado, num
conjunto de direitos e obrigações a essa condição.[11]
Em suma, a cidadania é um direito universal, e implica que todos os
cidadãos, sem qualquer excepção de raça, credo, sexo, e ideologia, ou condição
física e psíquica, tenham os mesmos direitos e iguais oportunidades no acesso a
educação, a cultura, a saúde, ao bem-estar, ao lazer, ao trabalho.
É viver numa cidade sem barreiras de nenhuma espécie, onde todos podem
olhar, o presente e o futuro com as mesmas expectativas. Deste modo, os
Governos Provinciais têm um papel fundamental, devendo estar próximos das populações
e consciente, dos problemas Municipais.
IMPORTÂNCIA
DA CIDADANIA
Segundo M. Azancot de Menezes: “a cidadania é
importante para aprendizagem e aquisição de atitude e competências que
capacitam os indivíduos, qualquer seja a sua idade e condição, a inserção
social e a participação activa nas actividades sócias[12].
A importância de educação para a cidadania é explicitada em oito pontos:
A educação para a cidadania democrática deve
ser encarada de forma pluridimensional, deveria revestir-se de uma dimensão
social de aplicação dos direitos e responsabilidades dos cidadãos, uma dimensão
cultural consciente e do respeito da pessoa humana, dos valores democráticos
fundamentais assim como da história e do património comum e variado,
(contributo para as relações inter- culturas pacíficas), uma dimensão social e
económica da luta contra a pobreza.
A principal função das
associações é, sem dúvida, uma função social: constituídas de membros
solidários, elas visam à constituição de uma comunidade de interesses baseada
na defesa de direitos sociais iguais. Elas visam à criação de formas de
inserção social e de responsabilização, assumindo o papel de mediação entre os
cidadãos e instituições[13].
Descobrir a relação que há entre a existência dos espaços públicos,
especialmente as associações de moradores, e a promoção da cidadania
(participação democrática) é entender o próprio exercício dos direitos do
cidadão e sua participação na tomada de decisões. Além de compreender a
sociedade como campo de interacções e conflitos.
OBJECTIVOS DA
CIDADANIA
Um dos objectivos da
cidadania é instruir-se a ser um bom cidadão, entre outras coisas, ensinar a
agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência, a
cidadania incentiva o uso do diálogo nas mais diferentes situações e
comprometer-se com o que acontece na vida colectiva da comunidade e do país.
Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidas e desenvolvidas pela
comunidade, portanto, podem e devem ser ensinados na sociedade.
Para que a comunidade
possa aprender e assumir os princípios éticos, são necessários pelo menos dois
factores: que os princípios se expressem em situações reais, nas quais possam
ter experiências e conviver com a sua prática; que haja um desenvolvimento da
sua capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade de analisar e eleger
valores para si, consciente e livremente[14].
Outro aspecto importante
a ser considerado nesse processo é o papel activo dos sujeitos da aprendizagem,
que interpretam e conferem sentido aos teores com que convivem na sociedade a
partir de seus valores previamente construídos e de seus sentimentos e emoções.
Tal premissa está de acordo com a visão de que os valores e princípios éticos
são construídos a partir do diálogo, na interacção estabelecida entre pessoas
imbuídas da razão e emoções, um mundo constituído de pessoas, objectos e
relações multiformes, díspares e conflituantes. Enfim, a promoção de uma
educação em valores deve partir de temáticas significativas do ponto de vista
ético, propiciando condições para que as pessoas desenvolvam sua capacidade,
tomem consciência de seus próprios sentimentos e emoções (e dos sentimentos das
demais pessoas) e desenvolvam a capacidade autónoma de tomada de decisão em
situações conflituantes do ponto de vista ético/moral[15].
Além disso, é necessário
considerar o acolhimento dos
estudantes, de suas diferenças, potencialidades e dificuldades, e o papel
reservado a eles e a elas na instituição. O cuidado e a atenção com suas
questões e problemáticas de vida precisam concretizar o respeito mútuo, o
diálogo, a justiça e a solidariedade que queremos ensinar. Caso contrário, não
estaremos dando nenhuma razão plausível para que os estudantes os aprendam e os
pratiquem[16].
A ética da cidadania é a tarefa árdua, mas não impossível. Sem dúvida exige
tempo, paciência e um esforço continua levado a efeito, em números sectores
diferentes: que se abram “ágoras” de discussão, espaços de expressão que
funcionem como microevoluções. A Salutar exigência da ética na política deve,
por coerência se entender as relações de trabalho, à vida familiar e ao lazer,
não apenas enquanto discussão, mas também na busca de formas de actuação.
Afinal dissemos que democracia é polícracia: pois que aumentem os focos nos
quais possamos exercer nossa cidadania[17].
COMPREENSÃO SOBRE A CIDADANIA
Partilhando da concepção aristotélica, os comunitaristas adjectivam o
cidadão como detentor de virtudes voltadas para a esfera pública, em oposição a
ênfase na acção individual que entende a cidadania como sendo direito de gozar,
de prerrogativas, inclusive reconhecendo a possibilidade do indivíduo se
ausentar do debate social, e restringir-se no espaço privados. Ser cidadão é
sentir-se integrado a um todo maior, a uma comunidade[18].
Entendemos como cidadania, um estatuto concedido aqueles que são membros
integrais de uma comunidade: todos aqueles que possuem status são iguais em
direito e obrigações[19].
Melhor do que apenas não aceitar doutrinas que neguem a liberdade de
outrem, injuriando a dignidade humana e engendrando a barbárie, é, além disso,
promover uma reflexão filosófica que afirme a liberdade eticamente exercida de
outrem, que suporte conceitualmente o ético exercício da liberdade humana,
contribuindo com a afirmação da cidadania. Assim, ao lado da crítica que
desvenda mecanismos alienadores e opressivos afirmam-se elementos filosóficos
que permitem considerar a construção de novas relações humanas que ampliem as
liberdades de todos.
Entre as disciplinas humanísticas necessárias à educação para a cidadania
ressaltamos a importância da Filosofia que deve constar nos currículos
escolares. O seu papel é formar pessoas com pensamento crítico, solidário,
criativo, que saibam distinguir argumentos, fundamentar posições e tomar
decisões, habilidades necessárias ao mundo prático. Não se trata somente de
apreender conteúdos tecnológicos já elaborados, mas desenvolver a capacidade de
compreendê-los, criticá-los e de produzir ciência. Trata-se de manejar
estruturas de pensamento e resolver problemas, formando as condições básicas
para o pensar em todos os campos, inclusive o tecnológico.
Assim, compreende-se a educação filosófica como capaz entre outros aspectos
de formar pessoas que exercitem um pensamento criterioso, que desenvolvam
simbioticamente interpretantes afectivos solidários, que aprimorem a
criatividade na inteligibilidade e intervenção sobre os eventos dos quais tomam
parte, que saibam distinguir argumentos ponderando os diversos elementos neles
envolvidos e sua articulação orgânica, fundamentar posições em bases
conceituais mais sólidas e tomar decisões por conta própria nas diversas
esferas do mundo da vida[20].
PARTICIPAÇÃO DOS
PAIS NA ORIENTAÇÃO DOS VALORES ÉTICOS
O Processo de orientação dos valores éticos pode ser compreendido como
desenvolvimento intelectual, físico ou moral dos indivíduos com vistas a
adaptação e a socialização. Para alguns autores os valores éticos podem ser
divididos em valores éticos formais e valores éticos informais. A primeira
referência ao aprendizado escolar possui objectivos claros e específicos,
amplamente conhecidos. Já a segunda compreende uma forma mais difusa de
transmissão de valores éticos, com menos características hierárquicas.
Assim os valores não formais podem ser entendidos no sistema de progressão,
já que não é algo sistematizado. Nos dias actuais é difícil, comparar as forças
destes dois tipos de valores que, muitas vezes, agem em direcções opostas: uma
para formar e outra para informar[21].
O que é orientar? No sentido de a palavra orientar que discutimos, pode
compreender tanto o processo de transmissão de conhecimentos, hábitos e
valores, como também criar condições para que o sujeito experiencie o mundo.
Orientar é acompanhar e influenciar de alguma forma, o desenvolvimento de
aprendizagem, das capacidades físicas e intelectuais.
Alguns autores entendem que toda a actuação familiar transmite valores
éticos para exemplificar esta ideia, podemos usar o comportamento dos pais
diante do comportamento dos filhos. A forma como os pais reagem ou não, ensina
a criança as consequências de seu comportamento, mesmo que esta não seja a
intenção. Os Pais têm muita importância na educação dos filhos, pois são
responsáveis por legitimar ou rechaçar conhecimentos e valores adquiridos pelas
crianças no processo civilizatório. Exercem, portanto, importante mediação na
relação da criança com o mundo[22].
Qual é o papel dos mais na transmissão de valores éticos? Independentemente
da acção de uma vontade consciente, os pais estão sempre participando da
orientação ética dos seus filhos: desde o começo da vida, quando o
comportamento dos países pode influenciar a forma como os filhos irão se relacionar
com o mundo e com as pessoas, um exemplo disto é a educação sexual, muitos pais
acreditam que não influenciam o comportamento dos filhos, ou, pelo contrário
tem total domínio sobre isto. A questão é que o comportamento dos filhos diz
muito sobre a forma como os pais agiram sobre determinado assunto.
Pais que não passam estes valores educam para o silêncio. Pais que falam
educam para a discussão. Isto é muito diferente, dizer que pais que falam sobre
sexo, liberam os filhos para fazerem o que quiserem, como muitos tendem a crer.
Comunicar-se com os filhos para o diálogo pressupõem que os pais tenham uma boa
relação estabelecida com objecto de discussão ou, quando isso não acontece
tenham coragem para ser sinceros e expressar limites e incapacidades.
ORIENTAÇÃO ESCOLAR NOS VALORES ÉTICOS
Com o surgimento das instituições de ensino, as escolas passaram assumir a
total responsabilidade no sentido de educar e formar cidadãos para a sociedade.
A escola precisa assumir seu papel social e individual na formação de seus
alunos e de seus docentes: é uma acção social.[23] A
escola passou a ser escolhida pelas famílias como órgão máximo para que seus
filhos pudessem adquirir os conhecimentos científicos e filosóficos, com o
objectivo maior de despertarem para uma profissão e se tornarem pessoas
sucedidas.
No Início o que se esperava da escola era a transmissão de conhecimentos e
o repasse de valores e ideologias do estado e da sociedade actual. Deveríamos
educar nossos alunos para terem acesso as tecnologias e ao desenvolvimento
urgente e acelerado do mundo globalizado. Como para Pillete, onde a educação
existe na escola e fora dela. As duas formas de educação existem na escola e
fora dela e para que a própria educação escolar se torne mais eficaz é
necessário que professores e alunos tomem consciência do grande alcance dos
processos informais da educação, que são permanentes na escola, e que os leve
em consideração ao desenvolverem suas actividades, buscando a coerência entre o
dizer e o fazer, entre o pensar e o agir, entre o sentir e falar[24].
A escola é como um espaço de
construção e reflexão de experiências importantes para a vida social do homem
que contribuíram para o desenvolvimento de um indivíduo, nos aspectos afectivos
sócias, filosóficos, e científicos, visando a preparação do mesmo para a
construção de sua cidadania. Não se transmite valores nem se forma juízos de
valores com situações abstractas, estes comportamentos são ensinados e
abstraídos diante de vivências e práticas que nos levem a ter experiências e
crescimento com elas[25].
A escola tem hoje, o ideal de ensino aprendizagem como a troca de saberes,
ninguém é detentor absoluto do conhecimento, as relações ensinam e ajudam a
desenvolver a identidade, a pessoa que se quer ser, o equilíbrio emocional que se
quer ter e a maneira como se comportarão na fase adulta. É um trabalho
semelhante ao das formigas que labutam no Verão desfrutam no Inverno chegar
para desfrutar daquilo que se conquistou, pois, as mudanças e os frutos da
maturidade do crescimento são usufruídos a cada dia, a cada escolha, a cada
nova experiência.
A orientação escolar, não é, pois, um lugar de preparação para vida futura,
mas é, em si mesma um lugar de vida que será preciso projectar a fim de que se
manifestem as experiências que os alunos já têm e se possibilitem outras novas.
O primeiro entendimento que se faz presente e necessário é que só podem pensar
em atitudes éticas quando faz parte delas a preocupação com a formação de
cidadãos – e não sub-cidadãos. Não nos parece exagero reconhecer que estamos
vivendo um momento em que a ética está em crise[26].
AS INSTITUIÇÕES SÓCIAS NA PROMOÇÃO DA CIDADANIA
As instituições
sociais que participam na promoção da cidadania são: o Estado, a família, a
igreja e a escola.
· O Estado: É uma instituição para dirigir o País ou a Nação,
dispondo de força para fazer cumprir as Leis e impor sanções a quem não as
cumprir. O estado disponibiliza serviços públicos de qualidade; promover a
execução de políticas de emprego; promover a educação e a formação cultural e
técnica e a valorização profissional dos trabalhadores.
Num Estado há governantes e governados. Governantes são os que dirigem as
coisas públicas. Devem governar de acordo com os interesses gerais, respeitando
os direitos de cada um e de todos. Devem governar com honestidade para promover
o progresso material, intelectual, moral e cívico da Nação. Os governados são
aqueles que devem obedecer às instituições e as Leis e trabalhar cooperando no
progresso do País[27].
Governo é a direcção visando o bem-estar comum. Quando não temos governo,
se estabelece a anarquia. Há duas formas de governo:
1º. Monarquia: o governo é exercido por um só chefe (rei ou imperador),
autoridade suprema, geralmente hereditária e vitalícia.
2º. República: o governo é exercido por chefes temporários, ou
assembleias, eleitos pelo povo. É a Democracia = o governo do povo, pelo povo e
para o povo. A República pode ser:
- Constitucional: o Presidente tem seu poder limitado pela Constituição.
- Representativa: o Presidente não pode fazer nem modificar nada nas Leis sem o concurso das assembleias eleitas pelo povo.
- Absoluta: o Presidente pode modificar ou abolir leis.
- Despótica: quando o Presidente não está sujeito a nenhuma lei fixa.
Actualmente as monarquias e as repúblicas são constitucionais
representativas.
Há dois tipos de república Constitucional Representativa:
2. Parlamentarista: onde o Poder Executivo cabe aos Ministros que dependem do poder Legislativo.
As Repúblicas e Monarquias podem ser:
a) Unitárias: dependem de um governo central.
b) Federativas: são vários Estados com governos autónomos respeitando o
poder central, expressos na Constituição.
A família: Várias podem ser as
abordagens sobre o que se pode entender por família. Assim, de acordo com
Fátima Viegas “ A família poder ser definida como sendo uma instituição social
que une os indivíduos num grupo, que coopera para a prossecução de um objectivo
comum e que consiste na criação e educação das crianças nascidas no seu seio”[28].
Do ponto de vista moral, a família é formada pelo pai,
mãe e filhos isto é, por pessoas unidas pelos laços resultantes do casamento,
na perspectiva econômica-política, a família é constituída por indivíduos que
sob direcção de um chefe vivem na mesma casa; na ordem jurídica, a família é
formada por aqueles que se ligam por parentesco quer este seja resultante do
casamento, quer da família natural. E os Cidadãos participam democraticamente na vida colectiva; pagamento de
impostos e da segurança social utilização dos serviços públicos (um bem de
todos); respeito pela autoridade.
Nosso papel como cidadão consciente do impacto de nossas atitudes,
reflecte em uma cadeia de factores responsáveis também pelo desenvolvimento
sustentável mundial.
A Responsabilidade Social Individual deve ser trabalhada no
sentido de direccionar o nosso senso crítico sobre a necessidade de uma mudança
íntima, que contribua para a adopção de atitudes dignas, tendo bom senso e
respeitabilidade para avaliar, julgar e exigir determinadas posturas de nossos
governantes, empresários e demais protagonistas.
A Igreja: A Igreja é um grupo religioso organizado e
institucionalizado. Como grupo religioso, uma Igreja abrange a comunidade dos
crentes e geralmente o corpo de sacerdotes hierarquizados ou não. Como
instituição a Igreja apresenta:[29]
-Um sistema de preceitos dogmáticos, ritos e crenças.
-uma comunidade dos crentes e os órgãos administrativos.
-um equipamento material que consta de templos, conventos e objectos de
culto.
A igreja é um local onde devemos manifestar muito respeito. O seu papel na
educação moral e cívica da população é de grande relevância com efeitos
positivos directos na estabilidade social. Através da evangelização contribui
para a reconstrução e revitalização das mentalidades a todos os níveis,
passando pela educação moral e cívica, através de catequese onde as crianças e
adolescentes iniciam conhecimento da fé, um viveiro para tomada de consciência
de atitudes positivas de vida[30].
A escola: A Escola pode ser vista como um grupo social ou como instituição. Ou seja, por um lado ela é uma reunião de indivíduos com objectivos comuns e em contínua interacção. Mas é também uma estrutura mais ou menos permanente que reúne normas e procedimentos padronizados, altamente valorizados pela sociedade, cujo objetivo principal é a socialização do indivíduo e a transmissão de determinados aspectos da cultura e do conhecimento[31]. A escola também ensina a preservação do meio ambiente respeito pelas regras de tolerância e cortesia.
Através das Escolas é difundida a cultura (conhecimentos intelectuais,
artes, ciências, etc.). As escolas procuram tornar o homem em um cidadão útil a
si e à comunidade.
Além das escolas há outras instituições que divulgam a cultura e procuram
formar cidadãos conscientes. São: o cinema, o teatro, o rádio, a televisão,
entidades científicas, clubes esportivos e sociais, etc.
A escola é a continuação da educação de valores iniciados em casa. Na
escola estes valores são consolidados e ampliados, aprofundados, fundamentados
e ajustados ao novo ambiente da criança. Assim os valores como respeito,
honestidade, franqueza, fidelidade, humildade e lealdade, são retomados a nível
da escola[32].
[1] Docente Universitário e pesquisador, Angola. abreucongo@gmail.com
[2] Cf. AZANCOT, M. De
Menezes, Reflexões sobre Educação, 1ª
Edição, Editora Mayamba, Luanda, 2010, p.70
[3] Cf. Ibidem, pp.70-71.
[4] MARINA, Carla, Educação Moral e Cívica, Ed. Plural,
Angola, 2010, p.73.
[5] Cf. Ibidem, p.65
[6] Ibidem, pp.67
[7] MARINA, Carla Op.cit., p.65-66.
[8] Ibidem p.67.
[9] Idem.
[10] AZANCOT, M. De
Menezes, Reflexões sobre Educação, …, p.71.
[11] Ibidem, p.71.
[12] Ibidem p.71
[13] Ibidem p.71.
[14] Ibidem, p.66.
[15] Ibidem, p.63.
[16] Ibidem, p.62.
[17] ARANHA, Maria Lúcia de
Arruda, Filosofia da educação. 2ª Ed.
Editora moderna. São Paulo, 1996, p.188.
[18] BARBALETE, J. M., A cidadania, Lisboa, Editora Estampa,
1989, p.58.
[19] Ibidem, p.38.
[20]MANCE, Euclides André, O Filosofar como Prática de Cidadania, Edit. IFIL, 1998, p.5.
[21] ARANHA, Maria Lúcia de
Arruda, Filosofia da educação, 2ª
Ed. Editora moderna, São Paulo, 1996, p.188.
[22]Ibidem, p.58.
[23] CHALITA, Gabriel, Pedagogia do amor, a contribuição das
Histórias Universais para a formação de valores das novas gerações, Sã
Paulo, Ed. Gente, 2003. P1.
[24] PILLETI,
Nelson, Psicologia educacional,
17ªEd., São Paulo, Editora Ática, 2001, p.10.
[25] Ibidem,
p.11.
[26] MOURA, Maria Aparecida,
Educação científica e cidadania, abordagens teóricas e
metodológicas para a formação de pesquisadores juvenis, Ed. Proex, 2012,
p.32.
[27] KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes.
Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1988, (UERJ), p.37
[28] KUNDONGENDE, João da
Cruz, Crise e Resgate dos valores morais,
Cívicos e culturais na sociedade angolana. Luanda, 2013, p.32.
[29] KANT, Immanuel, Fundamentação da metafísica dos costumes,
p.45.
[30] NETO, T.S., História de educação e Cultura de Angola,
editora Paulinas 2010, p.149.
[31] CHAUÍ,
Marilena, Convite à filosofia, 4ª Ed.
São Paulo, Ática, 1995, P.56.
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